Há
elementos no ministério que têm envergonhado o Senhor Jesus – autor e modelo do
ministério pastoral. Lideres que se apascentam a si mesmos, investindo em sua
glória pessoal. Que estão mais comprometidos com a sua imagem do que com a
imagem de Cristo em suas vidas. Elementos arrogantes e auto-suficientes, muito
longe da humildade que Jesus ensinou (Mt 11.29). Homens, segundo Paulo, que são
“inimigos da cruz de Cristo” (Fl 3.18).
Estes
cidadãos estão com a corda na barriga, negociando princípios, fazendo vista
grossa para o pecado dentro de casa e da igreja, motivados pela autopromoção e
outros benefícios. Homens alienados. Paulo diz que “o destino deles é a
perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto
que só se preocupam com as coisas terrenas” (Fl 3.19).
É
lamentável ver líderes tão megalomaníacos! Eles amam ser reconhecidos. Caçam
elogios. Os falsos obreiros denunciados por Paulo são dissimulados, arrogantes
e superficiais. Falam muito bem. São ‘jeitosos’. São profissionais do púlpito.
Não têm coração sensível. Não têm paciência com as pessoas. Não alimentam as
ovelhas. Andam amaciando a mensagem. Andam pregando outro evangelho. Não são
profetas de Deus. Como ensina Judas, “estes homens são
como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos
sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água
impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes
desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; ondas bravias do mar, que
espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido
guardada a negridão das trevas, para sempre” (Judas: 12,13).
Este é
o diagnóstico daqueles cujos ouvintes os seguram com uma corda na barriga, no
ventre, por causa da sobrevivência no ministério pastoral. Que Deus, por Sua
graça e misericórdia, nos livre desta corda na barriga, da zona de conforto e
da infâmia do profissionalismo frio. É triste dizer que estes elementos não
estão comprometidos com a oração e nem com a Palavra de Deus. A mensagem da
cruz passou longe deles. Aliás, esta é uma mensagem impopular. Para quem tem a
corda na barriga, o negócio é pregar de tal maneira que o povo se sinta sempre
confortável e entre pelo caminho da mera prosperidade material.
Mas é
infinitamente melhor ter a corda no pescoço, puxada por enforcadores
insatisfeitos com a mensagem do evangelho bíblico, com a exortação e a
confrontação profética. Não podemos abrir mão do nosso compromisso com o
Senhor, com a mensagem da cruz (1 Co 1.18). Não fomos chamados para a popularidade,
mas para, acima de tudo, ter um compromisso com o Senhor, mesmo que paguemos
com a vida.
João
Batista perdeu a sua cabeça física, foi degolado, porque havia denunciado o
pecado de Herodes Antipas com a sua cunhada, mulher de seu irmão. João não tinha
corda na barriga, mas no pescoço. O seu compromisso era com o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Ele amou mais o Senhor do que a sua
própria vida. Um homem comprometido com a verdade do evangelho e alimentado
pela graça, sendo um homem denso e intenso na sua labuta e na sua relação de
intimidade com o Senhor.
José é
outro precioso exemplo de alguém que sabe dizer não ao pecado e sim para Deus.
Ele foi para prisão sendo acusado injustamente de assédio sexual pela mulher de
Potifar. São homens desta envergadura que precisamos no ministério pastoral.
Homens cheios do amor do Pai, da graça de Cristo e do poder do Espírito Santo.
Que negam a si mesmos, tomam a cruz, seguem e servem ao Senhor Jesus com
profunda alegria. Suas entranhas fervilham amor pelo Senhor e pelas almas.
Vivem a integridade do Espírito Santo. Há contentamento em servir ao Senhor.
Deus
requer de nós, pastores, seriedade na missão dada por Ele. Este é um tempo de
muita confusão no seio da igreja evangélica brasileira. Há muitos ministérios
personalistas, antropocêntricos. Quando Charlles Spurgeon pregava, as pessoas
diziam: ‘Que Cristo maravilhoso!’. Por quê? Porque a mensagem do chamado
príncipe dos pregadores tinha o Senhor Jesus Cristo como o centro e como a
razão da sua vida e do seu ministério. Era um homem que, à semelhança de
Paulo, pregava a Cristo, e este crucificado. Toda a honra e toda a glória são
de Cristo, o Senhor. O que deve atrair o povo para os santuários é a mensagem Cristocêntrica
tão excelentemente exposta na Palavra. Como precisamos pregar o evangelho a
partir da nossa própria vivência em Cristo!
A
Igreja necessita de sermões que sejam fruto de vidas no altar, de homens que
amam ao Senhor mais do que a si mesmos. Que exalam o bom perfume de Cristo nos
que se salvam e nos que se perdem. Mensagens coerentes a partir de pregadores
que vivem a coerência de Cristo. Os sermões devem ser bem elaborados,
pesquisados e caprichados, mas sempre com a chancela do Espírito Santo.
Não
tenhamos medo da corda no pescoço. O Pai tem prazer nos Seus filhos que andam
na integridade do ministério profético dado por Ele, em Cristo Jesus, antes da
fundação do mundo. Vivamos a coerência de Cristo e não tenhamos receio da corda
no pescoço e isto para a Glória de Deus Pai!
Um
abraço no seu coração
Fique
na Graça e na Paz do Senhor Jesu
Pr. William Thompson
Pr. William Thompson