domingo, 13 de outubro de 2013

- JULGAR OU NÃO JULGAR: EIS A QUESTÃO?




Escrevi sobre este tema há pouco mais de um ano, mas pelos acontecimentos que vêm ocorrendo rotineiramente envolvendo cristãos em verdadeiros emaranhados de dúvidas é que resolvi voltar ao assunto e, o pior é que o erro de informação parte de onde deveria sair a orientação correta, bíblica. Mas o que se observa é que preferem ensinar que não devemos julgar a ninguém e por conta disso a igreja está afundando na lama do pecado, pois seus líderes (nem todos) dizem que todos têm pecados então que ninguém julgue ninguém!

CONFUSÃO! É a palavra que melhor define a situação de parte da igreja no mundo, que é refém do clichê “não podemos julgar”. Me admira o fato de que esse ensino de Jesus tenha perdido seu sentido original para ser usado como propaganda anticristã na boca dos que pregam o liberalismo teológico!

Ao seguir o clichê “não julgueis” qualquer comunidade cristã será tentada a recuar diante de questões morais e doutrinarias, até chegar ao ponto onde não poderão distinguir o certo do errado. Primeiramente no comportamento e crença dos outros, e, finalmente, em suas próprias vidas. 

A igreja contemporânea está na mesma atitude de Pôncio Pilatos. Está lavando as mãos, deixando de lado a responsabilidade com o Reino de Deus e esquecendo que Ele vai cobrar todas as vezes que atitudes não forem tomadas sobre fatos e ações reprováveis que devam ser julgadas. No meio militar existe um termo que traduz esta ação: adotar MESA (Medidas na Esfera de Suas Atribuições). Pastores (principalmente), líderes, não podem esquecer que Deus nos delegou atribuições e não podemos vacilar naquilo sobre o que devemos arbitrar.

Os ativistas anticristãos (eles pensam e dizem que são cristãos) estão usando o próprio discurso da igreja como propaganda para seu estilo de vida. Ao recitar ‘não julgueis’ eles estão alegando -usurpando a autoridade da Bíblia- que não podemos rotular qualquer comportamento ou crença como certo ou errado. Esta atitude surgiu a partir de uma compreensão defeituosa, filosófica, carnal e demoníaca da palavra ‘julgar’ feita pelo liberalismo teológico.

Por isso, somos encorajados a ‘julgar’ as situações de acordo com a Palavra de Deus e seus princípios. Assim ‘julgar’ pode significar ‘formar uma opinião’ com base na interpretação correta da palavra (João 7:24 - Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça). 

I Corintios 10:15 - Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo.
I Corintios 11:13 - Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?. 
II Corintios 5:14 - Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.

Aqui está a beleza da contextualização bíblica. Os Judeus não faziam sua leitura da Bíblia como um exercício intelectual, mas como uma adoração devocional. Para os judeus, como Jesus, Paulo e os outros apóstolos, qualquer atividade de raciocínio, mental ou filosófica que não fosse baseada na palavra de Deus era considerada carnalidade, e sua conclusão como “julgamento carnal”. O julgamento condenado por Jesus nas escrituras é toda a conclusão ou veredicto, a respeito de qualquer assunto ou pessoa, que não tenha como base a palavra de Deus.

Portanto, se está alguém em pecado no meio da congregação, tal pessoa deve ser levada ao entendimento de que sua atitude é julgada errada, não porque esse ou aquele líder assim o quer, mas por que a Palavra de Deus assim o diz. Se há alguma doutrina ou disciplina a ser aplicada esta se dará mediante a ação praticada e não à pessoa pura e simplesmente.

Julgar com justiça é ser dirigido pela palavra. Figuradamente seria aquilo que, teoricamente, os Juízes deveriam fazer a respeito da constituição, não julgar segundo lhes parecer bem, mas segundo diz a lei. Julgar corretamente faz parte da nossa base de aceitação com o Senhor Jesus.

Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem. - Lucas 7:43

Com esse entendimento de ‘julgar’, é inevitável que tenhamos de aplicar nosso ‘julgamento’ a outras pessoas, especialmente dentro da igreja. A decisão de batizar Lídia para a comunhão do corpo envolveu o “julgar” de sua “fidelidade”.

Atos 16:14-15 - E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o SENHOR lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao SENHOR, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso. 

Se não podemos julgar, em qualquer sentido, seria impossível tomar qualquer decisão na igreja e na vida. Não poderíamos escolher o melhor candidato ao emprego, escolher com quem andamos; decidir com quem devamos nos casar, e não poderíamos decidir realmente coisa alguma, pois julgar é tomar decisão.
É evidente em tudo isto que não há nada de errado com o fato de “julgar” os nossos irmãos no sentido de formar uma opinião sobre seu comportamento ou doutrina, baseado nas escrituras.

A igreja de Corinto caiu no mesmo erro ‘politicamente correto’ ao deixar de julgar o próximo segundo a palavra. Se justificavam em não lidar com o caso do incesto de um irmão com a desculpa de que ‘Não podemos julgar nosso irmão’. Paulo respondeu dizendo: ‘Se vocês fossem ESPIRITUALMENTE MADUROS, perceberiam que é uma vergonha para vocês viverem sem julgar as coisas morais”.

“Não julgueis, para que não sejais julgados” Mateus 7:1

O texto acima implica em qualquer julgamento fora dos princípios das escrituras. Um exemplo disso está em João 5:45 - Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa: Moisés, em quem vós esperais. 

Entenda pelo contexto que os judeus comumente se referiam aos cinco primeiros livros da bíblia escritos por ‘Moises’. Por isso Jesus disse, não vos ‘acuso’, Moisés, se referindo ao Pentateuco, é quem vos acusa. Jesus não precisava acusar quem já era acusado pela Palavra.

Minha conclusão, segundo está nas escrituras, é que não devemos tecer julgamentos a partir de nossa analise intelectual ou impressões aparentes. Mas devemos sim, aceitar, repetir, proclamar, declarar todo julgamento que Deus já fez nas escrituras.

Deus já julgou o homossexualismo, a mentira, a prostituição, o adultério, a maledicência, a fornicação, a idolatria, assim como àqueles que causam contenda entre irmãos e os condenou como pecado a serem punidos no último dia. Está escrito, e é verdade! Qualquer conclusão, filosófica, intelectual e “politicamente correta” que contrarie as escrituras é carnal, animal e diabólica.

Algumas passagens da Escritura parecem proibir o julgamento, enquanto outras claramente exigem isso. Estudando os contextos daquelas que parecem proibir o julgamento, descobrimos que o que é proibido não é realmente o julgamento em si, mas sim um tipo errôneo de julgamento. Deus odeia o julgamento hipócrita! Mas Deus ama o julgamento justo da parte dos seus filhos!

PORTANTO, É DEVER DE TODO CRISTÃO JULGAR!

“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.” Gl 6:1

“Prega a palavra, insta, a tempo e fora de tempo, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de “mestres” segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas.” 2 Tm 4:2-3


Um abraço no seu coração
Fique na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Pr William Thompson

- EU NÃO CREIO EM DEUS!

  Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que espera...