Escrevi sobre este tema há
pouco mais de um ano, mas pelos acontecimentos que vêm ocorrendo rotineiramente
envolvendo cristãos em verdadeiros emaranhados de dúvidas é que resolvi voltar
ao assunto e, o pior é que o erro de informação parte de onde deveria sair a
orientação correta, bíblica. Mas o que se observa é que preferem ensinar que
não devemos julgar a ninguém e por conta disso a igreja está afundando na lama
do pecado, pois seus líderes (nem todos) dizem que todos têm pecados então que
ninguém julgue ninguém!
CONFUSÃO! É a palavra que
melhor define a situação de parte da igreja no mundo, que é refém do clichê
“não podemos julgar”. Me admira o fato de que esse ensino de Jesus tenha
perdido seu sentido original para ser usado como propaganda anticristã na boca
dos que pregam o liberalismo teológico!
Ao seguir o clichê “não
julgueis” qualquer comunidade cristã será tentada a recuar diante de questões
morais e doutrinarias, até chegar ao ponto onde não poderão distinguir o certo
do errado. Primeiramente no comportamento e crença dos outros, e, finalmente,
em suas próprias vidas.
A igreja contemporânea está na
mesma atitude de Pôncio Pilatos. Está lavando as mãos, deixando de lado a
responsabilidade com o Reino de Deus e esquecendo que Ele vai cobrar todas as
vezes que atitudes não forem tomadas sobre fatos e ações reprováveis que devam
ser julgadas. No meio militar existe um termo que traduz esta ação: adotar MESA
(Medidas na Esfera de Suas Atribuições). Pastores (principalmente), líderes,
não podem esquecer que Deus nos delegou atribuições e não podemos vacilar
naquilo sobre o que devemos arbitrar.
Os ativistas anticristãos (eles
pensam e dizem que são cristãos) estão usando o próprio discurso da igreja como
propaganda para seu estilo de vida. Ao recitar ‘não julgueis’ eles estão
alegando -usurpando a autoridade da Bíblia- que não podemos rotular qualquer
comportamento ou crença como certo ou errado. Esta atitude surgiu a partir de
uma compreensão defeituosa, filosófica, carnal e demoníaca da palavra ‘julgar’
feita pelo liberalismo teológico.
Por isso, somos encorajados a
‘julgar’ as situações de acordo com a Palavra de Deus e seus princípios. Assim
‘julgar’ pode significar ‘formar uma opinião’ com base na interpretação correta
da palavra (João 7:24 - Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a
reta justiça).
I Corintios 10:15 -
Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo.
I Corintios 11:13 - Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?.
I Corintios 11:13 - Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?.
II Corintios 5:14 -
Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu
por todos, logo todos morreram.
Aqui está a beleza da
contextualização bíblica. Os Judeus não faziam sua leitura da Bíblia como um
exercício intelectual, mas como uma adoração devocional. Para os judeus, como
Jesus, Paulo e os outros apóstolos, qualquer atividade de raciocínio, mental ou
filosófica que não fosse baseada na palavra de Deus era considerada
carnalidade, e sua conclusão como “julgamento carnal”. O julgamento condenado
por Jesus nas escrituras é toda a conclusão ou veredicto, a respeito de
qualquer assunto ou pessoa, que não tenha como base a palavra de Deus.
Portanto, se está alguém em
pecado no meio da congregação, tal pessoa deve ser levada ao entendimento de
que sua atitude é julgada errada, não porque esse ou aquele líder assim o quer,
mas por que a Palavra de Deus assim o diz. Se há alguma doutrina ou disciplina
a ser aplicada esta se dará mediante a ação praticada e não à pessoa pura e
simplesmente.
Julgar com justiça é ser
dirigido pela palavra. Figuradamente seria aquilo que, teoricamente,
os Juízes deveriam fazer a respeito da constituição, não julgar segundo lhes
parecer bem, mas segundo diz a lei. Julgar corretamente faz parte da nossa base
de aceitação com o Senhor Jesus.
Replicou-lhe Jesus:
Julgaste bem. - Lucas 7:43
Com esse entendimento de
‘julgar’, é inevitável que tenhamos de aplicar nosso ‘julgamento’ a outras
pessoas, especialmente dentro da igreja. A decisão de batizar Lídia para a
comunhão do corpo envolveu o “julgar” de sua “fidelidade”.
Atos 16:14-15 - E uma
certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que
servia a Deus, nos ouvia, e o SENHOR lhe abriu o coração para que estivesse
atenta ao que Paulo dizia. E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos
rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao SENHOR, entrai em minha
casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.
Se não podemos julgar, em
qualquer sentido, seria impossível tomar qualquer decisão na igreja e na vida.
Não poderíamos escolher o melhor candidato ao emprego, escolher com quem andamos;
decidir com quem devamos nos casar, e não poderíamos decidir realmente coisa
alguma, pois julgar é tomar decisão.
É evidente em tudo isto que não
há nada de errado com o fato de “julgar” os nossos irmãos no sentido de formar
uma opinião sobre seu comportamento ou doutrina, baseado nas escrituras.
A igreja de
Corinto caiu no mesmo erro ‘politicamente correto’ ao deixar de julgar o
próximo segundo a palavra. Se justificavam em não lidar com o caso do incesto
de um irmão com a desculpa de que ‘Não podemos julgar nosso irmão’. Paulo
respondeu dizendo: ‘Se vocês fossem ESPIRITUALMENTE MADUROS, perceberiam que é
uma vergonha para vocês viverem sem julgar as coisas morais”.
“Não julgueis, para que não
sejais julgados” Mateus 7:1
O texto acima implica em
qualquer julgamento fora dos princípios das escrituras. Um exemplo disso está
em João 5:45 - Não cuideis que eu vos hei de acusar
para com o Pai. Há um que vos acusa: Moisés, em quem vós esperais.
Entenda pelo contexto que os
judeus comumente se referiam aos cinco primeiros livros da bíblia escritos por
‘Moises’. Por isso Jesus disse, não vos ‘acuso’, Moisés, se referindo ao
Pentateuco, é quem vos acusa. Jesus não precisava acusar quem já era acusado
pela Palavra.
Minha conclusão, segundo está nas escrituras, é que não devemos tecer julgamentos a partir de nossa analise intelectual ou impressões aparentes. Mas devemos sim, aceitar, repetir, proclamar, declarar todo julgamento que Deus já fez nas escrituras.
Minha conclusão, segundo está nas escrituras, é que não devemos tecer julgamentos a partir de nossa analise intelectual ou impressões aparentes. Mas devemos sim, aceitar, repetir, proclamar, declarar todo julgamento que Deus já fez nas escrituras.
Deus já julgou o homossexualismo, a mentira, a
prostituição, o adultério, a maledicência, a fornicação, a idolatria, assim
como àqueles que causam contenda entre irmãos e os condenou como pecado a serem
punidos no último dia. Está escrito, e é verdade! Qualquer conclusão,
filosófica, intelectual e “politicamente correta” que contrarie as escrituras é
carnal, animal e diabólica.
Algumas passagens da Escritura
parecem proibir o julgamento, enquanto outras claramente exigem isso. Estudando
os contextos daquelas que parecem proibir o julgamento, descobrimos que o que é
proibido não é realmente o julgamento em si, mas sim um tipo errôneo de
julgamento. Deus odeia o julgamento hipócrita! Mas Deus ama o julgamento justo
da parte dos seus filhos!
PORTANTO, É DEVER DE TODO CRISTÃO JULGAR!
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois
espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas
também tentado.” Gl 6:1
“Prega a palavra, insta, a tempo e fora de tempo, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de “mestres” segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas.” 2 Tm 4:2-3
“Prega a palavra, insta, a tempo e fora de tempo, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de “mestres” segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas.” 2 Tm 4:2-3
Um abraço no seu coração
Fique na Graça e na Paz do Senhor Jesus
Pr William Thompson