sexta-feira, 13 de julho de 2012

- JULGAR: “PALAVRA FEIA?”

O liberalismo teológico continua a se movimentar no meio cristão, buscando sempre relativizar as escrituras e mesclar a doutrina bíblica com filosofias humanas. Os discursos politicamente corretos de líderes e cristãos em evidência estão saturados de liberalismo.

O caso mais recente foi a declaração de uma famosa cantora evangélica inglesa que expressou seu apoio ao casamento gay em entrevista ao jornal britânico The Independent, ao dizer que “os crentes devem ser menos críticos sobre a questão”.

A base do argumento da popstar gospel para apoiar o casamento gay foi, “Não cabe a mim julgar a ninguém”. Ela também confessou frequentar uma igreja gay com seu marido.

Confusão, é a palavra que melhor define a situação de parte da igreja no mundo, que é refém do clichê “não podemos julgar”. Me admira o fato de que esse ensino de Jesus tenha perdido seu sentido original para ser usado como propaganda anticristã.

Ao seguir o clichê “não julgueis” qualquer comunidade cristã será tentada a recuar de questões morais e doutrinarias, até chegar ao ponto onde não poderão distinguir o certo do errado. Primeiramente no comportamento e crença dos outros, e, finalmente, em suas próprias vidas.

A igreja contemporânea está na mesma atitude de Pôncio Pilatos. Está lavandos as mãos, deixando de lado a responsabilidade com o Reino de Deus e esquecendo que Ele vai cobrar todas as vezes que atitudes não forem tomadas sobre fatos e ações reprováveis que devam ser julgadas. No meio militar existe um termo que traduz esta ação: adotar MESA (medidas na esfera de suas atribuições). Pastores (principalmente), líderes, não podemos esquecer que Deus nos delegou atribuições e não podemos vacilar naquilo que devemos arbritrar.

Joseph Paul Goebbels, (um dos asseclas de Adolph Hitler) foi sem dúvida um gênio do mau.


“A propaganda deve afetar a ação e crenças do inimigo, de maneira a confundi-los e paralisá-los.” Joseph Goebbels

Os ativistas anticristãos estão usando o próprio discurso da igreja como propaganda para seu estilo de vida. Ao recitar ‘não julgueis’ eles estão alegando, usurpando a autoridade da Bíblia, que não podemos rotular qualquer comportamento ou crença como certo ou errado. Esta atitude surgiu a partir de uma compreensão defeituosa, filosófica, carnal e demoníaca da palavra ‘julgar’ feita pelo liberalismo teológico.

A leitura mais básica do Novo Testamento revelará que a palavra ‘krino’ no grego (geralmente traduzido como ‘juiz’) é usada de diversas maneiras. Assim lemos na palavra que o ‘Pai a ninguém julga’ (João 5:22 - E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo), mas (evidentemente em outro sentido), Ele realmente ‘julga’ (João 8:50 - Eu não busco a minha glória; há quem a busque, e julgue.). Cristo não veio para ‘julgar’ (João 8:15 - Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo.), mas na verdade ele ‘julgou’ (João 5:30- Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou.)

(João 8:16-26 - E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou.

E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro.

Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou. Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.

Estas palavras disse Jesus no lugar do tesouro, ensinando no templo, e ninguém o prendeu, porque ainda não era chegada a sua hora.

Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Eu retiro-me, e buscar-me-eis, e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, não podeis vós vir. Diziam, pois, os judeus: Porventura quererá matar-se a si mesmo, pois diz: Para onde eu vou não podeis vir?

E dizia-lhes: Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo. Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.

Disseram-lhe, pois: Quem és tu? Jesus lhes disse: Isso mesmo que já desde o princípio vos disse. Muito tenho que dizer e julgar de vós, mas aquele que me enviou é verdadeiro; e o que dele tenho ouvido, isso falo ao mundo).

Não há aqui contradições, é nossa ignorância que nos afasta da verdade.

Paulo diz aos da igreja de Corinto para que não ‘julguem’ nada, e logo depois critica-os por ‘não julgar’ o caso (I Corintios 4:5 - Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor).

(I Corintios 6:1-3 - Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos? Não sabeis vós que OS SANTOS HÃO DE JULGAR O MUNDO? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? NÃO SABEIS VÓS QUE HAVEMOS DE JULGAR OS ANJOS? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?).

Julgar pode significar simplesmente, tomar uma decisão, ou analisar consequências (Atos 20:16 - Porque já Paulo tinha determinado passar ao largo de Éfeso, para não gastar tempo na Ásia. Apressava-se, pois, para estar, se lhe fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes).

(Atos 26:8 - Pois quê? julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?).

(Atos 27:11 - Mas o centurião cria mais no piloto e no mestre, do que no que dizia Paulo).

(I Corintios 2:2 - Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado).

(I Corintios 7:37 - Todavia o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se resolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem).

(II Corintios 2:1 - Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter convosco em tristeza).

(Tito 3:12) - Quando te enviar Ártemas, ou Tíquico, procura vir ter comigo a Nicópolis; porque deliberei invernar ali).

Por isso, somos encorajados a ‘julgar’ as situações de acordo com a Palavra de Deus e seus princípios, assim ‘julgar’ pode significar ‘formar uma opinião’ com base na interpretação correta da palavra (João 7:24 - Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça).

(I Corintios 10:15 - Falo como a entendidos; julgai vós mesmos o que digo).

(I Corintios 11:13 - Julgai entre vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus descoberta?).

(II Corintios 5:14 - Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram).

Aqui está a beleza da contextualização bíblica. Os Judeus não faziam sua leitura da Bíblia como a um exercício intelectual, mas como uma adoração devocional. Para os judeus, como Jesus, Paulo e os outros apóstolos, qualquer atividade de raciocínio, mental ou filosófica que não fosse baseada na palavra de Deus era considerada carnalidade, e sua conclusão como “julgamento carnal”. O julgamento condenado por Jesus nas escrituras é toda a conclusão ou veredicto, a respeito de qualquer assunto ou pessoa, que não tenha como base a palavra de Deus.

Portanto, julgar ou formar opinião sobre qualquer outra base, senão a Bíblia, é ‘julgar segundo a carne’, e isso é errado (Lucas 12:57 - E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?)

(João 8:15 - Vós julgais segundo a carne; eu a ninguém julgo).

Julgar com justiça é ser dirigido pela palavra. Figuradamente seria exatamente isso que, teoricamente, os Juízes deveriam fazer a respeito da constituição, não julgar segundo lhes parecer bem, mas segundo diz a lei. Julgar corretamente faz parte da nossa base de aceitação com o Senhor Jesus.

Replicou-lhe Jesus: Julgaste bem.- Lucas 7:43

Com esse entendimento de ‘julgar’, é inevitável que tenhamos de aplicar nosso ‘julgamento’ a outras pessoas, especialmente dentro da igreja. A decisão de batizar Lídia para a comunhão do corpo envolveu o “julgar” de sua “fidelidade”.

(Atos 16:14-15 - E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o SENHOR lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao SENHOR, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.).

Se não podemos julgar, em qualquer sentido, seria impossível tomar qualquer decisão na igreja e na vida. Não poderíamos escolher o melhor candidato ao emprego, escolher com quem andamos, decidir com que devamos nos casar, e não poderíamos decidir realmente coisa alguma, pois julgar é tomar decisão.

Tiago foi confrontado com o problema de decidir se a consciência de alguns irmãos judeus deveria ser imposta sobre os gentios convertidos. Ele argumentou a partir dos princípios bíblicos e deu a sua “sentença”, seu julgamento de que eles não precisavam ser circuncidados (Atos 15:19 - Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.).

Os anciãos da igreja de Jerusalém “ordenaram”, ou seja eles ‘julgaram’, que deviam haver algumas regras para as igrejas dos gentios (Atos 16:14 - E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o SENHOR lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.);

(Atos 21:25 - Todavia, quanto aos que creem dos gentios, já nós havemos escrito, e achado por bem, que nada disto observem; mas que só se guardem do que se sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da prostituição).


É evidente de tudo isto que não há nada de errado com o fato de “julgar” os nossos irmãos no sentido de formar uma opinião sobre seu comportamento ou doutrina, baseado nas escrituras.

A igreja de Corinto caiu no mesmo erro ‘politicamente correto’ de deixar de julgar o próximo segundo a palavra. Se justificavam em não lidar com o caso do incesto de um irmão com a desculpa de que ‘Não podemos julgar nosso irmão’. Paulo respondeu dizendo: ‘Se vocês fossem ESPIRITUALMENTE MADUROS, perceberiam que é uma vergonha para vocês viverem sem julgar as coisas morais”. No mesmo contexto, Paulo repreende os irmãos por não retirarem a comunhão do irmão incestuoso, e lhes diz que seu ‘julgamento’ é “que o irmão deve ser expulso” (1 Coríntios 5:3).

Paulo disse que disputas dentro da igreja deveriam ser julgadas pelos irmãos em vez de resolvidas no judiciário do mundo, justamente por causa da excelência do julgamento à luz da Palavra da Verdade. (I Corintios 6:1 – 3 ) - OUSA algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos? Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?

“Não julgueis, para que não sejais julgados” Mateus 7:1

O texto acima implica em qualquer julgamento fora dos princípios das escrituras. Um exemplo disso está em João 5:45 - Não cuideis que eu vos hei de acusar para com o Pai. Há um que vos acusa, Moisés, em quem vós esperais.

Entenda pelo contexto que os judeus comumente se referiam aos cinco primeiros livros da bíblia escritos por ‘Moises’. Por isso Jesus disse, não vos ‘acuso’, Moisés, se referindo ao Pentateuco, é quem vos acusa. Jesus não precisava acusar quem já era acusado pela palavra.

Minha conclusão, segundo está nas escrituras, é que não devemos tecer julgamentos a partir de nossa analise intelectual ou impressões aparentes. Mas devemos sim, aceitar, repetir, proclamar, declarar todo julgamento que Deus já fez nas escrituras.

Deus já julgou o homossexualismo, a mentira, a prostituição, a fornicação, a idolatria, assim como àqueles que causam contenda entre irmãos e os condenou como pecado a serem punidos no Último Dia. Está escrito, e é verdade! Qualquer conclusão, filosófica, intelectual e “politicamente correta” que discorde das escrituras é carnal, animal e diabólica.

Algumas passagens da Escritura parecem proibir o julgamento, enquanto outras claramente exigem isso. Estudando os contextos daquelas que parecem proibir o julgamento, descobrimos que o que é proibido não é realmente o julgamento em si, mas sim um tipo errôneo de julgamento. Deus odeia o julgamento hipócrita! Mas Deus ama o julgamento justo da parte dos seus filhos.

PORTANTO, É DEVER DE TODO CRISTÃO JULGAR!

“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado.” Gl 6:1

“Prega a palavra, insta, a tempo e fora de tempo, corrige, repreende, exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas.” 2 Tm 4:2-3


Graça e Paz,
Um abraço no seu coração
Pr William Thompson

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